Gaza: A resistência vive, as prisões se abrem — junto no caminho para justiça e liberdade

Ao anúncio oficial em Doha do cessar-fogo e troca de prisioneiros, feito hoje em Doha no Qatar, levando o povo de Gaza às ruas em comemoração, tomados de uma alegria que desafia os drones e bombas sionistas! Com cada grito, cada comemoração, cada bandeira palestina a flamular e com cada fogo de artifício se torna claro, MAIS DO QUE NUNCA, que mesmo entre todos os horrores da destruição genocida e a morte de milhares de mártires assassinados pelos colonizadores sionistas e seus financiadores, apoiadores e líderes, a ocupação foi derrotada e o povo palestino – tal qual sua resistência – segue com honra e força perseguindo a promessa da destruição do projeto sionista em toda a Palestina e região. Através dessa brava luta contra o genocídio, os prisioneiros têm sido o coração da Causa e da Luta, o povo palestino ardentemente comprometido com a briga pela suas liberdades das mais infernais torturas e circunstâncias no cárcere.

Os detalhes do Acordo ainda serão plenamente publicados, o que já é claro é que as Forças da Ocupação serão expulsas de Gaza, a Passagem de Rafah será aberta para a entrada de ajuda humanitária e materiais para a reconstrução e saída de palestinos feridos depois de mais de um ano de ataques que visaram o sistema de saúde – em especial os hospitais – da Faixa. 

A vida de todos em Gaza se tornou resistir ao brutal genocídio que é planejado pelos últimos 465 dias. A vida dos nossos reféns sob grave tortura são o coração desse Acordo. A Resistência garantiu a liberdade aos jovens e crianças menores de 19 anos, às mulheres nesse primeiro momento e futuramente a libertação de dezenas de prisioneiros mantidos injustamente em prisão perpétua, assim como o fim da piora institucional nas prisões desde o 7 de outubro. Os mais oprimidos, torturados e marginalizados são o centro do Acordo e prioridade primeira da Resistência.

É muito claro que o papel dos Estados Unidos e do Presidente Eleito Donald Trump (que esperavam alcançar um cessar-fogo antes da posse no dia 20 de janeiro de 2025), pela primeira vez desde outubro de 2023 como norteadores do imperialismo dirigem a entidade sionista.

Não podemos esquecer que os EUA nunca trabalharam para um cessar-fogo e foi o principal orientador do ataque genocida contra o povo da Palestina de mãos dadas com a Colônia Sionista implantada no território palestino. É natural que estivessem juntos nessa agressão contra o Povo Palestino, os árabes, toda a região e sobretudo contra toda a Humanidade, assim como o Canadá, Inglaterra, Austrália, Alemanha, França e outros membros da União Europeia. Também é evidente para todos que enquanto comandava o genocídio e poderia pará-lo a qualquer momento, os EUA enviavam bilhões de dólares e escondiam os seus massacres sob pretexto de ajuda humanitária (como foi feito no campo de refugiados de Nuseirat).

Claro, os EUA não agem em nome da preservação das vidas palestinas, mas por interesses políticos domésticos e para voltar sua atenção a outros interesses imperialistas em outros lugares. A natureza fundamental deste genocídio imperial-sionista, realizado com armas e inteligência americanas,será firmemente marcada na história, assim como a reputação de “Genocide Joe” (Joe Genocida) Biden e “Killer Kamala” (Kamala Assassina) Harris e em geral do Partido Democrata que presidiram a incineração de centenas de vidas palestinas e a destruição de todos os hospitais e universidades de Gaza.

Claro, o genocídio na Palestina não começou em outubro de 2023, e não terminará com a implementação deste acordo. O genocídio é a natureza do sionismo; é a arma do imperialismo. Desde 1948 – e, de fato, desde a Declaração de Balfour e o colonialismo britânico na Palestina – os palestinos têm resistido ao genocídio. Esta é, no entanto, uma nova etapa da luta contra o genocídio sionista em curso, organizado, dirigido e apoiado pelas potências imperialistas – como ilustrado pelo bombardeio colonial do campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, enquanto o acordo de cessar-fogo era anunciado.

Neste momento, honramos os grandes mártires: cada pai, mãe e criança, cada irmã, irmão e ente querido levado pela força genocida imperialista-sionista; os médicos, enfermeiros, jornalistas, profissionais de saúde, professores, trabalhadores municipais, policiais e trabalhadores humanitários alvo do regime de ocupação enquanto este buscava eliminar todos os sistemas de sustento da vida e resistência palestinas. Saudamos os 55 mártires do movimento dos prisioneiros nas masmorras do ocupante, entre centenas ou milhares mais que, supostamente, foram martirizados nos campos de tortura, como Sde Teiman, após serem sequestrados de Gaza pelo regime de ocupação.

E, claro, os grandes líderes da Resistência, cujo legado incomparável de luta, sacrifício e compromisso vive em cada combatente da resistência e em cada esperança pelo futuro de uma Palestina liberada, um Líbano verdadeiramente soberano, um Iêmen orgulhoso. Saleh al-Arouri, o grande lutador palestino; Ismail Haniyeh, o ícone da unidade nacional palestina e da autodeterminação; Yahya Sinwar, o lendário combatente e prisioneiro libertado que lutou pela libertação dos prisioneiros, de Gaza e de toda a Palestina; Sayyed Hassan Nasrallah, o grande líder árabe e ícone de décadas de resistência, o artífice da vitória sobre os sionistas; Sayyed Hashem Safieddine, o heróico estrategista da resistência; Ibrahim Aqil, Fouad Shukr, Ali Karaki; e muitos outros ainda a serem plenamente nomeados e homenageados.

Ao nos juntarmos ao povo palestino para celebrar este momento, temos plena consciência de que o sionismo e o imperialismo não podem ser confiáveis, assim como os regimes árabes reacionários que colaboram com eles. Repetidas vezes, a entidade sionista viola seus acordos e quebra seus compromissos, uma lição bem clara para a Resistência Palestina, o movimento dos prisioneiros e todas as forças de resistência. Como sempre, caberá ao povo e à Resistência proteger o povo; e cabe a nós, em todo o mundo, enfrentar o desafio de fazer tudo o possível para derrotar todos os esquemas do imperialismo e do sionismo para impor uma “Pax Americana” na Palestina e na região. O regime sionista é, em si, um projeto genocida – a única maneira de realmente pôr fim ao genocídio na Palestina é pôr fim à colônia sionista “Israel”.

No plano internacional, este é um momento crítico não para recuar e desescalar, mas para intensificar nossos esforços para construir o berço popular internacional da Resistência. Milhões de pessoas foram às ruas, no coração do núcleo imperialista, para exigir o fim do genocídio e justiça e libertação para a Palestina. É claro para todos ao redor do mundo que o regime sionista é uma ameaça genocida à humanidade. A Resistência superou as mentiras e campanhas de difamação lançadas contra ela para justificar o genocídio e hoje se mantém como verdadeira heróina da humanidade. Ações diretas, como as da Palestina Action, confrontando a máquina de guerra, fecharam fábricas de armas e escritórios de comerciantes de armas israelenses. Estudantes mudaram o cenário da vida universitária em todos os lugares ao se levantarem em uma intifada global. E, ainda assim, temos lições importantes a aprender: não podemos ter um movimento bem-sucedido ou servir como parceiros da resistência sem clareza sobre o papel do imperialismo e, igualmente, sobre a centralidade das forças de resistência.

Não podemos permitir que nosso movimento seja conduzido pelo caminho da política partidária imperialista, competindo sobre quem comanda o roubo de vidas palestinas.

Assim como o poder da resistência ficou claro para todos, também ficaram claras as fraquezas do movimento de forma mais ampla: o silenciamento efetivo das massas árabes em grande parte da região, por meio de regimes reacionários armados e financiados pelo imperialismo ianque, o papel contínuo do regime egípcio em manter o cerco a Gaza, as prisões de combatentes e ativistas no Egito, Jordânia e Marrocos, sem mencionar a normalização contínua dos Emirados Árabes Unidos. No contexto internacional, este deve se tornar um momento de organizar, consolidar e aprofundar nossas organizações. Não podemos ter um “fôlego curto” para o que é, por natureza, uma luta de longo prazo, a fim de desempenhar verdadeiramente nosso papel como uma estrutura internacional de resistência.

Nossa força e nossa unidade vêm de permanecermos juntos contra a repressão e pela libertação, e não em permitir que nossos inimigos nos cortem uns dos outros por meio de uma política que busca acomodação dentro do imperialismo genocida, autocensura e subordinação. No cerne, é a resistência armada, os prisioneiros palestinos e, claro, o povo de Gaza que expuseram o sionismo e o imperialismo, derrubaram todos os seus objetivos militares e prometem um futuro palestino que será determinado apenas pelo povo e não por seus ocupantes, invasores e inimigos. Este é um selo indelével e um momento histórico no caminho para a libertação e o retorno de toda a Palestina, cada vez mais próximo.

Glória e vitória à resistência, da Palestina ao Líbano, ao Iêmen e em toda a região. A derrota final do sionismo e do imperialismo está chegando. E a Palestina será livre, do rio ao mar.


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