(Faremos da memória do martírio de Ghassan Kanafani um dia internacional para a Palestina)
O Movimento Juvenil Palestino e a Rede Samidoun – Para a Defesa dos Prisioneiros Palestinos- anunciaram hoje, em uma declaração conjunta, que estão prontos para organizar eventos culturais e midiáticos nos Estados Unidos, Canadá, Europa e em outros países com o intuito de comemorar o 50º aniversário de martírio do escritor revolucionário Ghassan Kanafani. Ghassan Kanafani, conjuntamente com a sua sobrinha Lamis Najm que na época tinha 17 anos, um sionista assassinou o Ghassan em 8 de julho de 1972 em Beirute, capital libanesa.
Os dois movimentos pediram a comemoração do martírio de Ghassan Kanafani este ano, com o intuito de transformar a data em um dia cultural na Palestina e um dia de luta global contra as forças do colonialismo e do sionismo. A declaração apontou a necessidade de considerar o 50º aniversário do martírio de Ghassan Kanafani como um dia importante para lutar por uma solidariedade internacional no que diz respeito os legítimos direitos nacionais do povo palestino e sua contínua luta pela libertação e retorno. Além de lançar luz sobre as lutas do movimento palestino nas prisões da ocupação, a diáspora palestina e a resistência do povo palestino através da sua criatividade cultural e artística em todos os níveis.
Os dois movimentos consideraram esta ocasião uma ótima oportunidade para aumentar a energia da juventude palestina e seu papel central na liderança do movimento de luta revolucionária; como também uma data favorável para expor os crimes sionistas contra jornalistas na Palestina ocupada e a política de assassinatos praticada pelas forças de ocupação sionista que contra aqueles que lutam pela palavra livre e a verdade.
Declaração:
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O escritor Ghassan Kanafani nasceu na cidade ocupada do Acre em 9 de abril de 1936 . Em 1948 sua família foi deslocada para o Líbano, e, para os campos sírios, quando ele tinha doze anos .
Ghassan Kanafani ingressou na Universidade de Damasco, Departamento de Artes, lugar que estudou por dois anos e que foi expulso posteriormente por motivos políticos. Posteriormente ao ocorrido foi para o Kuwait para trabalhar como professor e lá viveu vários anos. Retornando, depois da temporada no Kuwait, a Beirute realizou trabalhos jornalísticos, políticos e atividades culturais no quadro do “Movimento Nacionalista Árabe”.
O jovem Ghassan Kanafani era um escritor, jornalista e ativista de um tipo revolucionário especial. Gerenciou e editou jornais diários árabes desde muito jovem e manteve-se presente e ativo no cenário cultural árabe. Leitores e críticos árabes o consideram uma das mais importantes vozes e símbolos revolucionários e culturais capazes de expressar a realidade da Palestina justamente por ele conseguir transmitir o sofrimento do povo palestino ao mundo através de sua linguagem crítica e clara através do seu estilo simples e profundo.
Ghassan Kanafani deixou uma enorme riqueza intelectual e literária que ultrapassa 22 obras ilustres traduzidas para mais de 20 línguas estrangeiras. Publicou romance, conto, peças e estudos políticos e intelectuais, além de seus trabalhos artísticos na pintura, no cartaz político revolucionário. Participou também da luta política e pública por meio de sua atuação no “Movimento Nacionalista Árabe” e da constituição da “Frente Popular de Libertação da Palestina” movimento no qual ele erai responsável pela gestão da redação da revista “Al-Hadaf”. Foi o porta-voz da frente em 1969 e chefiou seu conselho editorial até sua morte.