No dia 15 de outubro, os Estados Unidos e o Canadá sancionaram o Samifoun em uma tentativa de repressão política aos que apoiam o povo palestino em sua luta contra o genocídio, o colonialismo e a ocupação e apoiam também os mais de 10.000 prisioneiros políticos palestinos que nesse momento são torturados e mortos pela entidade sionista. No EU, o Departamento do Tesouro responsável pelo controle internacional (OFAC) anunciou sanções, enquanto o governo canadense listou o Samifoun como “entidade terrorista” em seu código criminal.
Essas decisões são simultâneas ao contínuo genocídio e massagres perpetrado pela entidade sionista em Gaza, toda a Palestina e Líbano com total suporte do EU, União Europeia e Canada. É uma ação coordenada dos inimigos do povo palestino que tenta suforcar qualquer forma de solidariedade ao povo palestino e esforços políticos para mobilizar o fim do genocídio que Israel comete, seus crimes contra a humanidade e a ocupação.
Nossa resposta é clara: nós continuaremos a lutar para parar o genocídio, acabar com o apoio imperialista à Israel, até a Palestina Livre do rio ao mar.
Além de enviar armas e dinheiro para a entidade sionista, os poderes imperialistas oprimen a diáspora palestina, a comunidade árabe e ativistas internacionalistas pró-Palestina que resistem contra o apoio dessas potências à ocupação. Centenas de ativistas na América do Norte e Europa foram presos e tiveram suas casas invadidas. Palestinos em diversos países receberam ordens de deportação por seu ativismo. Na Alemanha baniram a palavra de ordem “Palestina Livre do rio ao mar”.
Essas sanções deveriam ser uma séria preocupação para todos que se engajam políticamente, especialmente em nome da libertação da Palestina, assim como o banimento do Samidoun da Alemanha em novembro de 2023. Essas são tentativas de estabelecer como norma que organizações podem ser denominadas “terroristas” por organizarem marchas, aulas e palestras, publicarem pósters e simplesmente por engajar em atividades políticas que desafiem a hegemonía dos Estados Imperialistas e seu apoio aos crimes de guerra israelenses e seus crimes contra humanidade.
Não atoa isso vem à tona em um momento em que mais pessoas do que nunca se manifestam pedindo justiça e liberdade para a Palestina e isso é um ataque ao movimento como um todo.
Também expressamos nossa profunda solidariedade a Khaled Barakat, escritor palestino e membro do comitê executivo do Masar Brasil, o Caminho Revolucionário Alternativo Palestino que é alvo americano declarado na mesma resolução como “terrorista internacional”.
Isso é uma tentativa de silenciar seu efetivo trabalho e atividades de organização dos palestinos em exílio e diáspora que lutam pelo direito de retorno e liberdade para a Palestina.
A repressão ao Samidoun é parte de um projeto maior de ataque contra a diáspora palestina, a comunidade árabe e todos os militantes internacionalistas que lutam pela Palestina. Todos os partidos políticos, os Democratas e Republicanos, assim como os sociais demócratas e os extremistas da direita, tem usado este último año para propagar ainda mais o racismo, a islamofobia e medidas represivas contra o povo palestino, muçulmanos, imigrantes, refugiados e ativistas.
Essa repressão expressa os interesses dos EU e Canadá, sendo eles mesmos Estados fundados no colonialismo, construídos através do genocídio, limpeza étnica e contínua opressão das nações indígenas e da Europa como local de nascença do sionismo.
Fazemos parte da luta global contra o colonialismo e o imperialismo que continuará até a libertação da Palestina, do rio ao mar, o direito de retorno de todos os refugiados palestinos e a libertação de todos os povos e nações oprimidos em todo o mundo.
Assim como a entidade sionista teme a resistência palestina, as potências imperialistas também temem a diáspora palestina e seus apoiadores, que têm se levantado repetidamente, especialmente desde o início da Tempestade Al-Aqsa e do genocídio sionista. Elas temem um movimento forte e popular que ameace seus interesses econômicos e políticos na Palestina e na região.
A repressão é um sinal de força para o movimento palestino e o movimento de solidariedade internacional. Esse movimento mobilizou as maiores manifestações pela Palestina da história, custou bilhões de dólares em prejuízos às empresas israelenses e sionistas, uniu milhões de pessoas de todo o mundo e praticamente todos os movimentos sociais de todos os países em prol da luta pela libertação da Palestina.
O Samidoun é particularmente visado devido ao nosso apoio político e vocal ao movimento dos prisioneiros palestinos e ao direito do povo palestino à resistência. Embora os EUA e o Canadá sejam dois dos maiores apoiadores materiais de Israel, com armas e dinheiro, e reprimam o movimento palestino em seus próprios países, seus postos avançados oficiais no exterior têm procurado frequentemente influenciar e direcionar a política palestina por meio de financiamento condicional e empreendimentos coloniais semelhantes. Por meio dessas sanções, os EUA e o Canadá desejam não apenas apoiar o genocídio, mas também criminalizar até mesmo a resistência verbal a esse genocídio. O povo palestino, como todos os povos colonizados e oprimidos, tem o direito de resistir para libertar a si mesmo e sua terra do colonialismo e da ocupação, do rio ao mar. Aqueles que resistem à ocupação e à opressão – a resistência palestina – não são apenas heróis do povo palestino, são defensores de toda a humanidade.
Como Rede de Solidariedade aos Prisioneiros Palestinos, reiteramos nosso apoio ao povo palestino, aos prisioneiros e à resistência palestina, árabe e islâmica, que enfrentam o genocídio e a ocupação diariamente.
Ao mesmo tempo, queremos enfatizar que a Samidoun não tem nenhum vínculo material ou organizacional com entidades listadas nas listas de terroristas dos Estados Unidos, do Canadá ou da União Europeia.
Reiteramos nossas palavras quando o chanceler alemão Olaf Scholz anunciou a exigência de banir a Samidoun:
Em árabe, a palavra “Samidoun” significa aqueles que são firmes.
Usamos esse nome para nos referirmos aos prisioneiros palestinos que permanecem atrás das grades, lutando pela liberdade. Hoje afirmamos que continuaremos firmes e comprometidos com o povo palestino, até a vitória, o retorno e a libertação.