
Desde ontem (28/10), as cenas vividas na região metropolitana do Rio de Janeiro revelam o verdadeiro caráter do Estado militar e policial do fascista e miliciano Cláudio Castro (PL). Sem qualquer orientação de evacuação, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) caiu atirando dentro das comunidades, sem se importar com quem atingir.
Diante disso, verdadeiras cenas de guerra se desenrolaram em toda a região metropolitana. Ônibus sequestrados, barricadas nas principais vias de circulação da cidade, policiais invadindo casa de moradores, tanques e fuzis para todos os cantos. Resultado: mais de 100 mortos, a maior chacina da história do país.
Como organizações com raízes na Palestina, temos a responsabilidade política de ecoar os gritos de denúncia da violência militar e colonial em todo o mundo. No caso brasileiro, podemos encontrar vínculos diretos com o projeto sionista de morte. Israel transforma a Palestina ocupada em um laboratório de tecnologia militar. O Estado brasileiro compra essa “tecnologia aprovada em combate” para “pacificar” favelas. O grito de uma mãe em Rafah ecoa no choro das mães que acordaram vendo o corpo estirado e ensanguentado de seus filhos na Praça São Lucas, na Penha (RJ).
A Samidoun – Rede Internacional de Solidariedade aos Prisioneiros Palestinos e o Masar Badil se solidarizam com cada família vítima da violência do Estado brasileiro, com cada morador de favela e dos bairros afetados pelas operações policiais. O objetivo dessas operações nunca foi a segurança ou a paz, mas alimentar o medo e o pânico moral que depois é instrumentalizado pela extrema-direita.
Num contexto de acirramento da luta de classes a nível global, com novas investidas do imperialismo estadunidense pela América Latina e no Oriente Médio, a “guerra às drogas”, verdadeira guerra aos pobres, é também um elemento de legitimação desse projeto político que se diz lutar contra o “narcotráfico”.
Desde o período colonial e do Império, a militarização da polícia no Brasil se sustenta em torno do combate a um inimigo interno. Antes, visava controlar a população escravizada do país. Depois, a repressão às culturas populares. Hoje, o inimigo nº1 é o “tráfico de drogas”. O discurso varia, e coexistem, mas a prática sempre se materializa na repressão à população negra e pobre do país.
Na história recente do Rio de Janeiro isso não é novidade. Sempre às vésperas do período eleitoral, grandes operações são executadas para empilhar corpos pretos e capitular um eleitorado branco conservador, e reforçar a ideia da população preta e favelada como o “inimigo interno” a ser combatido.
No Brasil e na Palestina, a agressão, o encarceramento e o assassinato da juventude visam controlar a população para que um projeto de contraofensiva popular não seja fortalecido. Não aceitaremos!
Descubra mais sobre Samidoun: Palestinian Prisoner Solidarity Network
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