Oito estudantes palestinos da Universidade Al-Najah foram apreendidos pelas forças de ocupação israelenses

Na quinta-feira, 9 de dezembro, as forças de ocupação israelenses prenderam oito estudantes palestinos da Universidade Nacional de An-Najah; suas casas foram invadidas antes do amanhecer. As forças de ocupação, após as prisões, enviaram mensagens de textos ameaçadoras para os colegas, daqueles que foram privados liberdades, avisando-os de que eles também seriam presos se participassem das atividades do Bloco Islâmico ou de outros blocos estudantis da universidade.

Os oitos estudantes apreendidos pelas forças de ocupação israelenses foram: Hamza Tabanja, Hassan Tuffaha, Omar Shaksheer, Ayoub Dwaikat, Ibrahim Dwaikat, Ibrahim Abed, Anas Shtayyeh e Ibrahim Shalhoub; eles não são os primeiros estudantes a serem detidos por participarem do Bloco Islâmicos outros estudantes também foram presos pela ocupação israelense. Essa é uma prática rotineira visto que centenas de estudantes palestinos são detidos pela ocupação israelense, especialmente aqueles que fazem parte de organizações estudantis envolvidas com a vida política do campus. Por exemplo, somente na Universidade Bir Zeit aproximadamente setenta e quatro estudantes foram detidos por soldados da ocupação durante o ano acadêmico de 2019-2020; e, eles estão entre os quase cinco mil prisioneiros políticos palestinos encarcerados por Israel.

A organização estudantil é responsável por realizar feiras de livros como também organizar eventos, além de estarem ativos nas eleições estudantis e por esses motivos é que a ocupação israelense criminaliza o movimento dos estudantes, por serem ativos na política dentro e fora da Universidade; essa perseguição se torna mais intensa quando os alunos são detidos por participarem de manifestações fora dos muros da academia ou por postar em seus perfis de mídia social e os estudantes são presos dentro das suas casas, locais de trabalho e na Universidade.

Uma vez presos, os estudantes palestinos são rotineiramente interrogados enquanto são submetidos a diversas formas de tortura que ocasionam sobretudo stress: são, por exemplo, estendidos sobre cadeiras; suspensos nas paredes e forçados a ficarem na ponta dos pés; privados de sono; são algemados enquanto pressionam seus membros feridos e espancados. Eles são acusados de serem filiados “a uma organização proibida” que geralmente são relacionadas aos blocos estudantis.

Como foi dito organizam palestras, feiras de livros, comícios e outros eventos no campus e participam das eleições estudantis e essas atividades padrão da vida no campus são amplamente interpretadas como um barômetro para a opinião política palestina mais ampla. Por esse motivo o Estado de Israel persegue os estudantes. Infelizmente o que aconteceu essa semana não e um caso isolado, mas uma ação frequente que viola diretamente os direito dos estudantes palestinos à educação, conforme afirmado no Artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e no Artigo 13 do Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. A repressão direcionada a estudantes é apenas uma faceta do crime de apartheid de Israel contra o povo palestino.

A campanha #FreePalestinianStudents mobiliza mais de 300 organizações em todo o mundo para defender os estudantes palestinos da prisão política e exigir sua liberdade. Nós nos unimos para pedir ação e apoio aos estudantes palestinos atrás das grades, incluindo:

  • Boicote, desinvestimento e sanções contra Israel, incluindo instituições acadêmicas israelenses que são totalmente cúmplices da privação sistemática dos direitos palestinos.
  • Acabar com toda a ajuda militar e econômica, transações militares, projetos conjuntos e financiamento direto ao regime de ocupação israelense por governos de todo o mundo.
  • Desafiando os programas de “normalização” que visam legitimar a ocupação israelense – esta é uma tentativa de legitimar a criminalização e o direcionamento de estudantes palestinos.
  • Organizando-se para construir laços diretos de solidariedade com os estudantes palestinos e o movimento estudantil palestino, para garantir que eles não fiquem isolados de sua comunidade global de apoio, apesar de todas as tentativas da ocupação israelense.